Até uma gota d'água consegue se diferenciar das outras em meio a uma imensidão sem fim de gotas iguais...Mas por que nós, seres humanos, instituídos por uma razão e uma pretensa capacidade de pensar, insistimos tanto em sermos iguais uns aos outros?

Vivo a diferença a cada suspiro meu, a cada gota de suor, a cada raio de sol, a cada novo luar, a cada sinapse neurótica de meu cérebro, a cada instante, a cada momento, a cada sempre...

Viva a diferença, não ao estereótipo!



"Ser poeta não é ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho."

Fernando Pessoa

sábado, 5 de setembro de 2009

Amor?

Amor é amor.
Amar é amor.
Amor é amar!

Amor é amor a tudo
e amor a nada.
Amor aos desamores
aos instantes desalmados.
Dissabores petrificados.

Ama-se quando se perdoa?
Não, se perdoa quando se ama.
Ama-se ao longíquo
Ama-se à distância
e também a distancia
que nos fazem:
ama-se a falta do outro!
Mas ama-se, sobretudo sua presença.
Seu doce estado de estar em nós.

Amor é completude.
Mais: amor é inventar-se.
(Re) inventar-se a cada instante dito
e a cada instante não dito.
A cada momento amado e a cada não-amor,
a cada amor ao nada.
Inventar-se e deixar-se inventar pelo outro.

Amor ao desconhecido.
Amor ao devir.
Amor ao não-se-sabe.
Amor ao que se sabe:
amor!

Amor é estar perto quando longe!
Amor é estar longe quando perto.
Amor é duvidar das certezas e acreditar nas dúvidas.
É duvidar das dúvidas e acreditar nas certezas.
Amor é amor ao tudo e amor ao nada.

Amor não se explica,
- sua esperteza disfarçada de singeleza
não o deixa cair na armadilha
das conceituações - .
Amor não se explica: amor se sente
se consome, consome-se aos outros.
Porém não se explica, não se define.
Não se deixa petrificar por palavras.

Amor é arisco: não repousa em conceituações.
Mais: lhe bendizem as contradições.

O amor foi inventado
pra ser amado...
sentido e reinventado
a cada instante de amor renovado.

Dele brotam-se os melhores instantes...
...e os piores também.
(Amar é aceitar o risco de sofrer!)

Mas amor?
Amor é o nada que é tudo e o tudo que é nada.
Amor é não se definir.
Amor é sentir.
Amor é isso:
renovação divorciada da razão.

Em suma, amor
é encontro e desencontro!

Amor é amor.
Amar é amor.
Amor é amar!


19.ago.2009

Um comentário:

  1. Puuuuuuuuuuutaquepaaaaaaariiiiiiuuuu.Adorei essa e ela resume bem a insatisfarção em definir algo que se metamorfoseia a cada sorriso, momento e suspiro. Virei fã...

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